Por Revista Toque Solidário - 01/04/2014
Bem-vindo à Brasília madura! Perto de cidades milenares do velho mundo, os 54 anos de Brasília ficam parecendo idade de criança. Contudo, esta cidade amadureceu, tornou-se mais elaborada e mais refinada nas suas demandas, no seu comércio e na prestação de serviços. Os trabalhadores, atraídos pela construção da cidade, venceram a solidão,desbravaram, criaram e fundaram uma cultura, como disseram os poetas Tom Jobim e Vinícius de Moraes, na composição do texto da sinfonia de Brasilia em 1960. Ainda ecoa sonora e (quase) poética a proclamação do ex-presidente Juscelino Kubitschek no primeiro ato na futura capital em 2 de outubro de 1956: “Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em centro das mais altas decisões do país, antevejo essa alvorada com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino” Em meio à decisão política, Brasília foi criada para enfrentar as grandes questões nacionais e promover a modernização do país. Tornou-se, assim, prestadora de serviços para o Brasil inteiro. Com esta missão, construiu uma identidade vinculada a empregabilidade no serviço público. Construída Brasília, assim como em todo o país, os trabalhadores, especialmente os menos favorecidos, os jovens de primeiro emprego, as mulheres e profissionais diversos, se depararam com a falta de emprego e com a exclusão. Por iniciativas associativistas e cooperativistas começaram a despertar ideias e métodos próprios para gerar renda e garantir a sobrevivência. A Economia Solidária pode ser a outra opção vocacional. Neste aniversário de Brasília, nossa contribuição é oferecer uma publicação dedicada aos trabalhadores organizados coletivamente, dentro dos princípios de autogestão, de cooperação, de democratização, de emancipação, dos cuidados ambientais e da valorização das oportunidades surgidas nos arranjos produtivos locais. Aí está a revista Toque Solidário em sua primeira edição. Suas matérias têm foco nas manifestações dos empreendimentos cooperativos e solidários, na gestão, legislação, fomento e propósitos de condução da economia solidária.